MUSEUS
Ceará
do
- MODERNIZAÇÃO DOS -
Evolução histórica
Os brasileiros não têm a cultura de frequentar ou valorizar museus. Nem mesmo o Estado dispõe de medidas políticas firmes para a conservação de seu patrimônio. Essa situação ficou clara no dia 2 de setembro de 2018, quando o Museu Nacional do Rio de Janeiro incendiou, no mesmo ano em que se comemorava seus 200 anos. Junto com toda a estrutura física, foram embora séculos de história. No mesmo instante nos questionamos, estamos valorizando nosso patrimônio histórico? Nossa história?
Enquanto os museus administrados pelo poder público definha, vemos muitas instituições privadas investindo nesse ramo de cultura. No Ceará, em especial Fortaleza, temos o exemplo do Museu da Fotografia, que foi em inaugurado em março de 2017, e que hoje ministra palestras, oficinas e cursos aberto ao público. O Instituto Paula e Silvio Frota, detentor de uma das maiores coleções de fotografia do Brasil, é responsável pelo museu que possui uma instalação moderna e minimalista com cinco andares, sendo três andares de salas expositivas, além de um auditório e uma biblioteca.
No dia 5 de julho de 2017, o museu foi reconhecido como Patrimônio Turístico da Capital. E, desde então, recebe mais de 3.000 visitantes por mês, e em torno de 100 estudantes por dia. O Museu da Fotografia possui um acervo de mais de 2.000 imagens que contém obras de fotógrafos que marcaram a história da fotografia, entre eles Cartier- Bresson, Steve Mccurry e Chico Albuquerque.
A instituição responsável pelo museu enfatiza a “capacitação” como um dos principais pilares. Por isso, a programação do MFF oferece cursos e palestras de capacitação. O projeto mais recente, intitulado “Uma Coleção Muito Particular”, foi uma oportunidade para artistas convidados falarem sobre fotografias que impressionam e de sua experiência na área, entre os convidados estavam Tiago Santana, Celso Oliveira e Maíra Ortins.
Combinação de arte e tecnologia na hora de contar história
com André Scarlazzari
O museógrafo e cenógrafo, André Scarlazzari, analisa o atual cenário dos museus brasileiros. “Os museus vão continuar existindo, com novas roupagens. O importante é que a museologia está preocupada com essa evolução e com essa atualização. Já ficou pra trás aquela definição de museu como depósito de pedra e peças históricas.” Em 1993, ele participou do projeto de revitalização do Museu do Ceará, e, ainda hoje, tem exposições de sua autoria no estado do Ceará. Entre elas a exposição dos vaqueiros, no Dragão do Mar, o Museu da Cachaça, o Memorial Deputado Pontes Neto, o Instituto do Ceará e o Museu Sacro de Aquiraz.
André explica que a exposição se difere do projeto de museu em alguns aspectos. “Uma exposição normalmente é de curta duração e diante de um convite de uma exposição a gente precisa estar com a preocupação voltada para três temas distintos, que é o público, o local e o tema que vai ser montado. Uma exposição precisa arrecadar um público em um espaço menos de tempo, então tem que existir uma campanha de divulgação muito maior do que o museu, que por si só ele estabelece e se divulga há algum tempo.”
Para se modernizar, Scarlazzari comenta que é necessário atender a demanda dos jovens, pois são o público mais exigente e presente. “ Os jovens são os mais exigente com essa questão de interação. Se o nosso objetivo é transmitir conhecimento, nós temos que ir além disso, temos que cativar.”
A museologia está em busca de soluções inovadoras e instigantes. A sociedade pede a estética coletiva da sociedade. Os profissionais estão tentando patrocinar uma renovação da geração que está indo pro mercado. Tentando reinventar a forma de projetar exposições e museus. A nossa sociedade é dinâmica e as mudanças ocorrem numa velocidade diferente do que era há 20-30 anos atrás. Então essa corrida é permanente, esse processo de atualização do conhecimento é permanente.
“Os museus vão continuar existindo, com novas roupagens. O importante é que a museologia está preocupada com essa evolução e com essa atualização. Já ficou pra trás aquela definição de museu como depósito de pedra e peças históricas.”
- André Scarlazzari -
Museu da Indústria
com Aline Silva
O Museu da Indústria (Rua Dr. João Moreira, 143, Centro), em Fortaleza, é um dos exemplos de instituições que vêm se modernizando. A instituição abriu suas portas em setembro de 2014 e é vinculado ao Serviço Social da Indústria (SESI/CE) e Federação das Indústrias do Ceará (FIEC). “O museu tem como foco a história do desenvolvimento industrial do Ceará, com base nisso definimos temáticas que se relacionam, como por exemplo, a exposição “Carnaúba Árvore da vida”, que aborda vários aspectos dessa planta que tem grande importância para nossa história”, comenta a supervisora do Educativo do Museu, Aline Silva.
A exposição “Carnaúba Árvore da vida” conta detalhes dos aspectos biológicos, o beneficiamento da planta, o processo de transformação do pó em cera, os instrumentos utilizados, as tonalidades, o valor econômico e os cearenses que se destacaram neste setor. Um aspecto modernizante na exposição é a presença de monitores que possibilitam a visualização e a escuta das características e sons de lugares onde a carnaúba é cultivada.
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Aline também comenta que as novas perspectivas para o desenvolvimento do Museu como um lugar dinâmico, que oferece atividades que reúnam temas ligados à história, ao design e as novas tecnologias. “Nosso principal foco é pensar o espaço como dinâmico, trabalhamos muito com as escolas, públicas e privadas, desenvolvemos atividades como jogos e interações entre os educadores e os grupos, temos uma peça teatral que aborda vários momentos da história do Ceará e das pessoas comuns que no dia a dia construíram a indústria cearense”, concluiu.
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